"Para a morte de um filho não há cura, tratamento, nem alívio para a dor. A morte de um filho faz sofrer o coração até o fim. Fim que não chega nunca. Morre-se um pouco todos os dias. Enlouquece-se de dor, sem se perder a razão.Dizem que mãe não deveria chorar a morte do filho, mas a dor desta perda é um pranto sem lágrimas, um lamento silencioso.
Um verso de Chico Buarque diz que “a saudade é arrumar o quarto/ do filho que já morreu”. Arrumei o quarto dela, antes mesmo de saber que já estava morta. Talvez, no íntimo ja o soubesse.
Mas essa não é a maior dor. A saudade do filho que já morreu é a dor de todas as dores. Pensei que pudesse esconder tal dor, mas,no fundo dos olhos o brilho se apagou, e a lágrima é a dor que transborda, que afoga e sufoca. Vejo a vida de minha filha ir-se não de uma vez, mas todas as vezes que me deparo com alguma criança que teria a idade dela hoje.. Imaginar como ela estaria.. Vendo ali as outras crianças correndo, brincando é quase que impossivel..Conto essa história sem mágoas, ódios ou rancores. Mas a angústia que sinto, ao recordar o rostinho do meu bebê e a falta que ela me faz e de como minha filha se foi tão cedo, às vezes me faz fraquejar. Porém, surpreendentemente, Deus me concede uma inexplicável força para ir em frente com a determinação de quem não se entregou à maior dor que uma mãe pode sentir.. a dor de ficar sem o seu próprio eu..
E só quem prestar muita atenção perceberá lá no fundo dos meus olhos, a dor, aquela, maior de todas.
A da mãe-órfã."
Esse blog foi feito em homenagem à minha filha Manuela Vitória, que nos deixou no último dia 05 de Setembro de 2010. Ela viveu somente dezoito dias mas, mesmo assim, deixou muita saudade entre nós! Você será para sempre o nosso anjinho, que agora está morando no céu, junto de Deus! Te amamos muito.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
A dor da "mãe órfã"
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